
Uma entrevista reveladora, gravada com o pai de Michael Jackson . Nela, ele se irrita quando o repórter quer saber se ele realmente batia no filho. Esta semana, quando convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o funeral de seu filho, Joseph Jackson surpreendeu o mundo.
“Abri uma gravadora”, anuncia o pai de Michael Jackson.
Ele resolveu primeiro divulgar sua nova gravadora. “Vamos lançar vários bons artistas”, complementa.
Joe Jackson nunca foi de perder oportunidades. O ex-metalúrgico tinha nove filhos para alimentar e viu no talento deles um futuro de ouro.
Mas não durou pra sempre. Até hoje, muitos dos irmãos Jackson recorrem à casa dos pais em Encino, quando a situação aperta. O entra e sai é tanto na mansão da família que nunca se sabe exatamente quem realmente mora ali dentro.
Entre os moradores mais freqüentes, estão 11 adultos e 20 crianças. Entre os meninos promissores dos Jackson Five, só Michael e Jermaine realmente avançaram na carreira.
Jermaine lançou 13 discos, mas hoje aos 54 anos, está endividado. Mulherengo, Jermaine teve dois filhos com a ex-mulher do próprio irmão, Randy, que aos 47 anos faz bico em uma oficina mecânica em Los Angeles.
Marlon, de 52 anos, virou corretor de imóveis. Tito, dois anos mais velho, é guitarrista de uma banda e toca em pequenos bares de Nova York.
Jackie, aos 56 anos, abriu uma gravadora que não deu certo. A mais velha das irmãs de Michael, Rebbie, hoje com 59 anos, também cantava, mas está fora dos palcos desde 2001.
E a polêmica La Toya, que chegou a dizer que Michael abusava de crianças, participou recentemente de um Big Brother na Inglaterra e ensaia sua volta como cantora.
Sucesso na família agora é privilegio da caçula. Janet Jackson já vendeu mais de 100 milhões de discos e é tida como a principal fonte de renda dos pais.
Michael Jackson não deixou nada para os irmãos no testamento. Deixou tudo para a mãe e para os filhos, e fez questão de excluir o pai. Joe Jackson sempre foi apontado como um dos grandes responsáveis pelo comportamento excêntrico e pelos traumas do rei do pop.
O premiado jornalista inglês Louis Theroux documentou um encontro revelador com o temido pai de Michael.
Há seis anos, Michael Jackson estava em Las Vegas e Theroux tentava uma entrevista, mas antes, era preciso fazer contato com Majestíc, mágico profissional e empresário de um sósia de Michael em Las Vegas. Ele esbanja intimidade com a família Jackson.
“Katherine Jackson é uma segunda mãe pra mim”, contou Majestíc.
Dias depois, Majestic procura o jornalista. Oferece um encontro entre ele e o pai de Michael, mas claro, se determinadas condições forem cumpridas. O jornalista quer saber quais são as condições e é chamado de idiota por Majestic.
“Por que você diz que eu sou um idiota?”, pergunta o jornalista.
“Porque qualquer um sabe quais são os termos e condições para entrevistar Joe Jackson”, responde Majestic.
A condição é uma só: dinheiro. Uma conversa com o pai de Michael Jackson custa U$ 5 mil e mais outros U$ 500, de comissão para o mágico negociador.
Joe Jackson chega atrasado e a entrevista só começa depois do pagamento. Louis Theroux não consegue completar a segunda pergunta e o telefone toca.
Joe Jackson agencia grupos musicais e quer que Theroux conheça o trabalho deles. Entrevista, que é bom, nada.
O encontro acaba assim: as perguntas sobre Michael ficaram no bolso do jornalista. Os cinco U$ 5 mil, no bolso do velho Jackson.
Meses depois, um novo encontro com a ajuda de Majestic, claro. Joe Jackson agora é produtor de um filme e avalia atentamente cada figurante.
Só depois das filmagens, Joe aceita falar com Theroux. São 2h da manhã. Desta vez, o jornalista não perde tempo, quer saber o que Joe tem a dizer sobre os enjôos que Michael sentia ao encontrar com o pai.
“Eu passava mal, começava a regurgitar”, dizia Michael.
Joe debocha do enjôo do filho.
“Ele enjoava muito quando ia ao banco”, diz.
Louis Theroux então quer saber se Joe batia mesmo no filho Michael.
O velho Jackson admite: “Dava surras de cinto em Michael, mas isso pra ele, não era bater”.
Louis Theroux quer a opinião de Joe sobre as plásticas no nariz de Michael. O pai desconversa.
“Não acho nada. Ele faz o que quiser com o nariz dele”, afirma
O jornalista insiste em falar sobre o nariz e Joe ameaça ir embora. Mas é quando Theroux pergunta sobre a sexualidade de Michael que a conversa esquenta de verdade.
Louis Theroux: Você gostaria que Michael encontrasse um par?
Joe: Como assim um par?
Theroux: Um amor.
Majestic: Uma mulher, você diz?
Theroux: Um namorado ou namorada.
Majestic: Você está insinuando que Michael é gay?
Joe fica calado e o mágico manda interromper a entrevista. Ele diz que o jornalista está insultando o pai de Michael Jackson.
Louis Theroux: Por que é um insulto?
Joe: Porque eu não suporto os gays.
Majestic: Nem eu.
Joe diz que Michael não tem nem nunca teria um namorado. “Ele não anda com garotos, ok? Não existe nada disso”, diz.
O velho Jackson não quer mais conversa.
Louis Theroux: Eu só quero entender o Michael.
Pelo menos por enquanto, o truculento Joe Jackson será uma das pessoas mais próximas aos filhos de Michael Jackson. A guarda temporária das crianças foi concedida pela Justiça à avó, Katherine, e o casal mora junto até hoje.
Mas os dois mais velhos podem ir morar em um rancho, a uma hora de Los Angeles. É onde vive a mãe deles, a enfermeira Debbie Rowe.
Ela passou mais de uma década dizendo que não se sentia mãe das crianças, que tinha apenas dado um presente a Michael Jackson, mas, de repente, mudou de opinião.
Em uma cidade sem graça, protegida por câmeras, cria cavalos e quase não sai de casa. Recebe poucas visitas ultimamente, mas levava uma vida de luxo e várias vezes pressionou Michael Jackson para conseguir mais dinheiro.
Esta semana, por telefone, Debbie Rowe disse que vai brigar pelos filhos. A audiência na Justiça é daqui a oito dias. E sabe o que ela considera seu maior argumento? O pior que poderia acontecer às crianças: ficar perto do avô, o ex-metalúrgico, ex-boxeador, o controvertido Joseph Bertram Jackson.
Nenhum comentário:
Postar um comentário